Menos de 60% da população tem acesso à rede de esgoto
Divulgado na segunda quinzena de fevereiro, o estudo da 20ª edição do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos, com dados referentes a 2014, aponta que, naquele ano, apenas 96,8 milhões de brasileiros (57,6% da população) tinham acesso à rede de esgoto.
Já o número de pessoas com acesso à rede pública de abastecimento de água correspondeu a 156,4 milhões de habitantes de áreas urbanas (93% dos moradores das áreas urbanas do Brasil). A pesquisa do Ministério das Cidades abrangeu 5.114 municípios, no que se refere a abastecimento de água, e 4.030 cidades, na coleta de informações sobre o esgoto sanitário. Esse número de localidades concentra, respectivamente, 98% e 92,5% da população urbana brasileira.
Por outro lado, o release oficial do estudo afirma que mais de 2,4 milhões de pessoas passaram a contar com o serviço de abastecimento de água e 3,5 milhões na área de saneamento, em 2014. De acordo com o levantamento, nesse mesmo ano, o Brasil investiu R$ 12,2 bilhões em serviços de água e esgoto, o que representa crescimento de 16,7% em relação a 2013. Do total investido, 46% foram destinados diretamente a serviços de esgoto.
O consumo médio per capita de água também foi analisado. No período, o país estava no auge da crise hídrica, especialmente na região Sudeste, e o consumo médio por habitante ao dia foi de 162 litros, redução de 2,6% em comparação a 2013. No Sudeste, o consumo médio foi de 187,9 litros, enquanto no Nordeste a população consumiu aproximadamente 118,9 litros.
Estima-se que apenas 25% do esgoto coletado no Brasil seja tratado – o restante é descartado sem qualquer tipo de tratamento, nos rios ou no mar. A falta de tratamento do esgoto tem resultados graves para a população carente desse tipo de serviço: 65% das internações hospitalares no Brasil ocorrem por causa de doenças transmitidas pela água, sendo algumas delas disenteria, hepatite, meningite, ascaridíase, tracoma e esquistossomose.
Fontes: Agência Brasil e Ministério do Meio Ambiente